sábado, 15 de maio de 2010

EU E O MUNDO

O mundo mora em mim

No entanto eu não pertenço à ele.

Sou toda surreal

Como a própria realidade

Casa de muitas cores

E de portas delicadas

Mas firmemente trancadas

Pela beleza de seu chão e janelas

Preservadas.

Não obstante,

Um doce vento num sussurro

Pode encantá-las

E se entranhar em suas frestas sem barreiras

Numa clara expansão que sabe

Sentir os contornos do mar

Devagar, devagar...



Andando nessa estrada por vezes

Me encontro

Fora de mim

Longe, longe

Voando em meus pensamentos

Num mergulho profundo

No que é imensidão...

Longe, tão longe

Onde o olhar não acalma

A estupefata alma

Diante do insoluvel mistério de si mesma.



Mas mesmo assim posso voltar

Se em teu olhar perceber minha asa

Ponto de partida ao encontro

De tão serenas falas

Num íntimo retorno à nossa casa

Onde o sorriso diz do caminho que se instaura

E o silêncio fala aquilo que se cala.

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